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Por Francisco Ancona

A pandemia encalhou centenas de navios de turismo no início de 2020, e frustrou planos dos consumidores. De lá para cá, muito se especulou sobre a volta dos cruzeiros às águas brasileiras. Com a temporada do ano passado cancelada, as esperanças migraram para 2021/22.

Por conta da vacinação, um forte lobby dos navios conseguiu obter autorizações para o retorno às pressas. O Ministério de Turismo, que não mostra o mesmo empenho para atrair estrangeiros ao país, bancou explicitamente o retorno da operação na nossa costa.

Em fins de outubro o mercado comemorou ruidosamente a autorização das viagens. Mas há sinais de casco trincado por todas as partes.

  • Fotos e vídeos amplamente publicados nas redes mostram que o embarque e festas a bordo não se preocupam em atender os rígidos protocolos da Anvisa, principalmente no quesito distanciamento social.
  • Promotores de shows de artistas quebram a cabeça para acomodar passageiros nos 75% de ocupação, embora tenham vendido 100%.
  • Navios destinados à rota do Prata, à venda há um ano, foram cancelados ou redirecionados para as praias do sudeste.

Agora, o mais patético: a vinda do navio tão esperado do verão acaba de ser cancelada, poucos dias antes de partir. Anunciado como sensação tecnológica e sustentável, “o maior de todos os tempos” vai ficar mesmo no hemisfério norte. Treze meses depois de lançado, sob a surreal desculpa de faltar tempo hábil para “garantir o abastecimento do combustível GNL”, foi substituído por outro, 750 cabines menor, seis anos mais velho, e bem mais poluente. Quem quiser detalhes, basta acessar o grupo “fraudados pela empresa” no Facebook.

O que você acha: é para se revoltar ou resignar?

 

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