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Ao mesmo tempo em que nunca foi tão fácil cruzar o planeta com os avanços da tecnologia, também não existe mais nenhum lugar imune a ameaças à segurança pessoal dos turistas e dos homens de negócios. Saiba como evitar riscos e enfrentar emergências

Em pleno século 21, apesar das imensas conquistas da civilização, o turismo mundial enfrenta um tremendo paradoxo. Se por um lado nunca foi tão fácil viajar, não há hoje um único ponto do planeta que possa se vangloriar-se como imune às cada vez mais imprevisíveis e frequentes ameaças à segurança pessoal do viajante.

No que depender da tecnologia, aviões, navios e transporte terrestre, assim como boa infraestrutura, comunicação e serviços oferecem cada dia mais plena garantia de trajetórias tranquilas aos cerca de 1,2 bilhão de turistas por ano. Por isto, não deixa de ser irônico que em um tempo em que até incidentes naturais tornam-se crescentemente previsíveis, há um único fator, incontrolável e imponderável capaz de afetar esta harmonia. Ele se chama ser humano.

Como se não bastassem os inesperados ataques terroristas que não poupam sequer destinos consagrados como Paris, Londres, Istambul ou Madrid, a globalização da economia pode ter aproximado pessoas e lugares, mas trouxe um efeito colateral. Hoje nós nos tornamos vizinhos de porta de desastres naturais, conflitos armados, ou crises políticas que antes pareciam tão remotos e fora de campo de visão e presença da maioria das pessoas.

Neste sentido, não há alguém mais afetado por este impacto que o viajante de negócios. Pela própria natureza da atividade, esta versão moderna de Marco Polo passa os dias com o pé na estrada. Portanto, pode ser surpreendido sem aviso prévio por uma crise grave, seja ela causada pela natureza ou homens, a qualquer momento e em qualquer ponto do planeta. A consequência é fazer com que tsunamis, terremotos e vulcões, guerras e tumultos populares ganhem a mesma importância e intimidade que problemas do cotidiano de onde vivemos, como enchentes, epidemias ou violência.

Apesar disto, o mundo não pode parar. E é justamente para minimizar riscos à segurança individual que a indústria de viagens e turismo investe crescentemente na aquisição de serviços complementares que ofereçam sistemas de segurança confiáveis. Como verdadeiros anjos da guarda, eles são capazes de antecipar, na medida do possível, desastres, riscos à saúde e situações de perigo físico para o viajante.

Uma das principais organizações especializadas em risco médicos e de segurança é a International SOS. No mercado há 30 anos, atua em todo o globo com sua presença em 850 localidades de 92 países. Em seu portfólio de serviços, oferece programa preventivos reforçados por profissionais experientes nos próprios países, e assistência de emergência diante de doenças, acidentes, ou revoltas civis. Em regime 24 horas, é apoiada por 11 mil empregados, sob a liderança de 1.400 médicos e 200 especialistas em segurança. Possui uma gama de clientes muito eclética, pois atende desde gigantescas corporações e empresas de pequeno porte a governos, universidades, famílias e indivíduos. Um app permite também ao viajante acesso a guias médicos e de segurança para 200 países e 300 cidades, assim como contato direto com centros de apoio para ajudar ou aconselhar quando necessário.

“Apesar dos desastres naturais e ataques terroristas atraírem as grandes manchetes da imprensa, as emergências médicas é que são de longe os principais riscos para os viajantes internacionais”, comenta John G. Rendeiro, Jr., Vice-Presidente de Segurança e Inteligência Global da International SOS. Ele revela que, segundo dados da empresa, mais de 70% dos executivos sêniores das empresas já enfrentaram problemas de saúde durante viagens ao exterior.

Rendeiro acrescenta que este tipo de risco poderia ser evitado facilmente. Para isto, bastaria um médico ser consultado antes do embarque., assim como se assegurar que todas as vacinas estão em dia, ou levar na bagagem um estoque adicional de medicação para uso contínuo, para atender eventuais atrasos durante a jornada. Outra recomendação do executivo é conhecer o nome genérico da prescrição usada, caso seja necessário adquirir doses adicionais do remédio ao longo do percurso.

“Do ponto de vista da segurança, crimes e perda de documentos são os cenários mais comuns. Embora a possibilidade de ser afetado diretamente por revoltas civis e terrorismo seja remota, ela pode alterar o roteiro do viajante mesmo que ele não seja diretamente impactado pelos acontecimentos”. Ele exemplifica com atrasos e desvios da rota original devido a restrições ou medidas de segurança impostas por autoridades locais”, completa o executivo.

Os transportes terrestres também são outro quesito que merece atenção especial. Acidentes em estradas estão entre as cinco maiores causas de evacuação médica. Para minimizar riscos é de bom senso negociar uma locomoção segura sempre através dos hotéis, e evitar aluguel de carros e uso de veículos com duas ou três rodas, principalmente em lugares desconhecidos. Utilizar o cinto de segurança, e saber o que fazer em casos de acidentes, são ainda boas medidas adicionais.

Riscos ocorrem em qualquer parte. No entanto, cabe aqui a velha máxima de que prevenir é melhor que remediar. Assim, entender quais são os problemas potenciais e tomar precauções prévias é a melhor forma de se preparar para eles. Principalmente se o trajeto for inevitável, como é o caso das viagens de negócios.

Conhecer de antemão as condições médicas disponíveis no destino, o acesso a remédios, e a existência de doenças infecciosas já são meio caminho andado. Quanto à segurança em si no destino, não basta estar informado sobre questões como violência política, revolta social, qualidade da infraestrutura de transportes, atendimento em emergências, ou potencial para desastres naturais. O que pesa no final não é só a capacidade, mas principalmente a boa vontade do governo local em gerir eventuais situações de descontrole. “Estar informado e preparado para emergências antes de embarcar é a mais importante medida que um viajante pode tomar”, conclui Rendeiro, da International SOS.

Kit básico para enfrentar situações de emergência

A SOS International preparou uma relação com ações básicas para quem viaja a locais pouco conhecidos.

O que fazer

  • Se os riscos são contornáveis, não deixe de viajar
  • Prepare-se bem antes de embarcar, evitando surpresas
  • Conheça os riscos médicos e de segurança existentes no país a visitar
  • Saiba como reagir em caso de incidente médico ou de segurança.

O que não fazer

  • Não parta do pressuposto que o país a visitar terá os recursos médicos e de segurança esperados
  • Evite alugar carro; prefira táxis ou transporte indicado pelo hotel
  • Não esqueça de levar medicação extra para eventuais atrasos na viagem
  • Não confie na mídia social para se informar; prefira os alertas de empresas de segurança de viagem

Recomendações práticas para qualquer viagem

* Informe-se mais sobre o destino, principalmente viagens internacionais.

* Tire cópia dos documentos importantes, que será útil em caso de roubo

* Verifique todas as vacinas requeridas para o local e a validade

* Seja discreto, evite chamar atenção, e respeite os hábitos locais

* Não saque ou conte dinheiro em áreas com pouco movimento, ou à noite

* Leve sempre mais de um cartão de crédito e um seguro de viagem

* Traga o telefone celular no bolso

* Nunca deixe a bagagem desacompanhada

* Procure usar apenas táxis de empresas recomendadas

* No hotel, guarde valores no cofre e tranque sempre a porta do quarto

Dinheiro vivo está com os dias contados

Uma boa notícia para o viajante do futuro: até 2030 o dinheiro em espécie e até cartões de crédito devem sumir. É que até lá os meios de pagamento digitais móveis serão tão seguros quanto as moedas são hoje. É o que conclui uma pesquisa realizada pela IEEE, organização mundial que reúne os engenheiros eletricistas e eletrônicos, entre eles especialistas em tecnologia e segurança digital.

Hoje esta promessa soa como sonho futurístico. Ataques cibernéticos ainda fazem parte da rotina de ambientes da vida digital, como carros, computadores e dispositivos portáteis. Isto por si promove uma indústria de proteção a fraudes que nem sempre vence a tempo batalhas diárias contra os cibercriminosos. Estes vilões ainda trafegam com alguma desenvoltura em áreas como online banking e sincronização com a nuvem, terrenos férteis para roubos de identidade, pirataria e disseminação de vírus, entre outros malefícios.

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segurança; viagens; SOS International; risco; segurança pessoal; viagens de negócios

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