Peru e Colômbia dão show em Turismo
31 de agosto de 2019
A maldição da marca Brasil
30 de setembro de 2019

FOTOGENIA TOTAL - Na Croacia, de qualquer ângulo e lugar, até o pior dos fotógrafos consegue imagens de tirar o fôlego.

Não há palavra que melhor defina a Croácia que “resiliência”. Ao longo de sua longa existência, este lindo e valente país europeu conviveu com inúmeras civilizações e conflitos. Graças à sua capacidade de enfrentar desafios e se adaptar a mudanças, sobrevive séculos depois de seu surgimento, enquanto várias outras civilizações da mesma época desapareceram.

O que não falta à Croácia são vizinhos. Por isto, visitar o país é como viajar por um pequeno continente, atravessando fronteiras e entrando e saindo de diversos países localizados a distâncias muito reduzidas. Ao norte, estão a Eslovênia e Hungria. Ao nordeste, a Sérvia. No leste, a Bósnia e Herzegovina. Ao sul, Montenegro. E ao oeste, como se fosse um país por si próprio, o deslumbrante mar Adriático.

CONCORRÊNCIA DESLEAL – Paisagens como esta em Dubrovnik tornam difícil outro destino superar expectativas.

Civilizações ancestrais, entre gregos e romanos, também deixaram sua marca, como o aqueduto de Salona na costa da Dalmácia, o palácio do imperador Diocleciano em Split, ou a Basílica de Eufrásio, em Poreč.

Com a invasão dos Balcãs pelos otomanos, o território se divide entre o mundo muçulmano, ao norte, e cristão, ao sul. Após a Primeira Guerra Mundial a Croácia se torna parte da Iugoslávia, que junta no mesmo balaio eslovenos, croatas e sérvios, até se tornar um Estado comunista em 1945.

O desmoronamento do regime comunista nos anos 80 abre as portas para a independência da Croácia. No entanto, o ódio secular entre sérvios e croatas acaba por alavancar em 1991 uma guerra fratricida que se estende por quatro anos.

Mas isto são águas do passado. Hoje não se fala sobre o assunto. A Croácia desenvolveu uma das economias mais fortes da região e faz parte da União Europeia desde 2013.

ZAGREB -Este túnel subterrâneo construído na 2a. Guerra Mundial virou ponto turístico e exposição de arte.

Além do patrimônio histórico, o país possui um litoral privilegiado de 1800 quilômetros, onde desfilam vistas sucessivas de penínsulas, baías e milhares de ilhas. Mas não é só o mar que impressiona. Os lagos de Plitvice, que ficam no maior dos oito parques nacionais do país, também se prestam ao papel de cartão postal. Em 300 km quadrados, há 16 lagos conectados por trilhas e cachoeiras.

Para completar, dez sítios da Croácia foram considerados como Patrimônio Histórico pela UNESCO. Com tantos atrativos, o país recebeu, só em 2018, 18,4 milhões de turistas. É um número cerca de três vezes maior que o Brasil.

MUVUCA NO PARAÍSO – Para não ser mais um na multidão escolha uma data fora da temporada para visitar a Croacia.

Cada cidade do país tem sua própria personalidade e atrativos. Como é impossível falar de tamanha multiplicidade de destinos sem omissões, é preferível se concentrar nos mais importantes.

Começa por Zagreb, a capital desde 1991, onde se destaca a Igreja de São Marcos, com seu telhado colorido de brasões do país, construída no século XIII. Mas não é só isto. Monumentos históricos convivem com ruas e calçadas alegres e repletas de bares.

Em Dubrovnik há a famosa cidade medieval de origem veneziana, cercada por dois quilômetros de muralha bem preservada, que ganhou visibilidade mundial recente com a série Game of Thrones. Split, segunda maior cidade da Croácia, é onde foi construído o Palácio do imperador romano Diocleciano. Dali é feito o acesso a ilhas paradisíacas, entre elas Hvar – com seus passeios de barco à Gruta Azul e arredores.

NOITE EM DUBROVNIK – Imagens como esta parecem falar por conta própria e dispensam comentários.

Em Zadar, fica um dos pontos turísticos mais famosos: o Órgão do Mar. Tubulações gigantes encravadas em pedra à beira mar são acionadas pela pressão do ar devido ao movimento das águas.

No país fala-se a quase impronunciável língua croata, uma combinação de consoantes que ignora vogais. De origem eslava, emprega o alfabeto latino. Para alívio dos turistas, a maioria dos habitantes pelo menos “arranha” o inglês.

A influência de vários povos que passaram pela região é refletida em uma culinária rica e variada. Vai dos pescados e pratos típicos gregos, venezianos e italianos, aos de inspiração húngara, turca e até austríaca.

Para harmonizar, há os bons vinhos. Some-se a isto um povo hospitaleiro que se complementa com natureza e história, o que explica por que tanta gente quer visitar a Croácia.

SAUDADES ANTECIPADAS – Impossível deixar a Croácia sem uma sensação de tristeza pelo fim da viagem.

 

*Texto adaptado de minha matéria publicada na revista Viagens S.A. 

1 Comment

  1. Roberto de Castro Neves disse:

    Fabio, belo texto. Também adorei a Croácia. Pena que não conheci Zagreb, nem o seu texto que faria a minha viagem mais interessante ainda. Abração