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VITÓRIA COM FOLGA - em apenas 40 anos a Accor tornou-se a maior rede hoteleira no Brasil

O que está por trás da liderança da Accor? Bastaram quarenta anos para a empresa francesa alterar radicalmente a história da hotelaria brasileira. Tudo começou quando a rede, fundada dez anos antes, abriu a primeira unidade no país.

Todo mundo riu da decisão de instalar o Novotel no Morumbi, bairro residencial de São Paulo. É que na época bons hotéis só se instalavam no centro da cidade. A bizarrice só podia ser coisa de algum francês maluco, de quem desconhecia os costumes brasileiros.

NOVOTEL MORUMBI – um projeto audacioso que deu certo e virou referência

A ideia deu tão certo que foi mais tarde copiada pelos concorrentes. O que na ocasião foi considerada iniciativa excêntrica, hoje passou a ser chamada de visionária.

Antes e depois

Houve um momento que ninguém sabia direito o que significava Accor. Havia quem confundisse o nome com Arcor, indústria argentina de balas e bombons.

ARCOR OU ACCOR? – no começo houve quem achasse que os bombons tinham rede de hoteis, e vice-versa.

No entanto, ações ousadas viraram marca registrada da empresa. E foi assim que em quatro décadas depois, a primeira unidade se multiplicou por 250 novos empreendimentos no Brasil.

Mesmo convivendo com sucessivas crises econômicas, a Accor não só se tornou a maior rede hoteleira, como não para de se expandir. Um recente exemplo foi incluir no portfólio mais 21 hotéis com 3.400 quartos do grupo BHG.

O segredo do sucesso

Como explicar o sucesso da Accor e a miopia de tantos pesos-pesados da hotelaria mundial? Afinal todos tiveram a mesma oportunidade de atuar no mercado brasileiro.

Uma boa pista é entender o DNA desta empresa sui-generis. Trabalhar na Accor não parece ser apenas atividade profissional, mas uma paixão. O ambiente de trabalho faz as pessoas se sentir felizes, acreditar no que fazem, e atuar como donos. O clima positivo se reflete nos hóspedes, que são tratados como convidados.

MESMO DNA – Firmin António, Patrick Mendes (atual), Roland de Bonadona e Jean Larcher , os líderes integrados da Accor

Outro indicador sui generis. Diferente da maioria das multinacionais, os executivos da Accor costumam criar raízes aonde chegam. Os três ex-presidentes, Jean Larcher, Firmin António e Roland de Bonadona não se comportaram como expatriados, que voltam para casa depois de encerrar suas carreiras. Ao contrário, todos vivem até hoje no Brasil.

O sentimento de pertencer ao time perdura até em brasileiros que atuaram no passado em cargos de direção. É o caso de Toni Sando, hoje presidente da Visite São Paulo. Ou Orlando de Souza, atual presidente do FOHB. Eles se comportam como leais reservistas deste exército de talentos que contribuiu para a liderança da Accor.

Liberdade

A liberdade criativa contamina todas as marcas da empresa. É como se houvesse um lema não escrito de que “a ousadia será premiada, jamais punida”. Parece que a empresa quer ser reconhecida não como vagão, mas como locomotiva de tendências em estilo de vida e inovação. Usa e abusa de experiências únicas, e que pipocam diariamente com a força de atrair mais iniciativas e quebrar tabus. É algo impensável na maioria das redes hoteleiras tradicionais, que se guiam por bíblias de atuação universais e padronizadas.

Ações recentes

Eis alguns exemplos da nova geração de inovações da Accor,:

– O Ibis Interlagos pilota projeto que permite qualquer pessoa de fazer das áreas sociais escritório ou espaço de convivência, mesmo sem ser hóspede. Os convidados podem usufruir 24 horas de wi-fi, conforto e segurança, e até contratar refill de café por R$ 10.

PET WEEKEND – Amanda Farago (centro), gerente geral do Adagio Moema, confraterniza com vizinhos e cãozinho banhado.

– O Adagio Moema realizou na área externa um Pet Care Weekend. Uma van equipada deu banho gratuito em 70 cachorros e gatos de estimação de 150 visitantes. Junto, uma feira de adoção viabilizou que 5 bichinhos abandonados ganhassem donos.

– Para comemorar seus 50 anos, os hotéis da Accor homenagearam aqueles que atuam em prol das comunidades locais. Bombeiros, enfermeiros, policiais, professores, artesãos, entre outros, participaram de cafés da manhã, churrascos, concertos, e até hospedagem.

– O Pullman Vila Olímpia tem realizado várias “batalhas” de pintura ao vivo. Nelas, artistas plásticos criam imagens sobre telas em branco, diante de uma plateia animada por som de DJ, aperitivos e drinques.

BATALHA DAS ARTES – no Pullman Vila Olimpia, SP, artistas plásticos disputam a atenção do público.

– A Accor passou a oferecer permanências curtas. São pacotes de 3, 6 ou 9 horas que dão acesso também aos serviços e infraestrutura, com tarifas bem mais em conta.

Liderança da Accor

O que está por trás destas e outras iniciativas, e da própria liderança da Accor? Reconhecer que hotel é organismo vivo. Por isto, exige contínua mutação para se adaptar à evolução e novas necessidades da sociedade. Para sobreviver, não pode ser estranho no ninho, mas sim integrar-se à comunidade. Os moradores vizinhos precisam atravessar as portas dos hotéis com frequência, e sentir-se em casa. Este comportamento não nasce do acaso. Coincide com o lema da empresa: seja bem-vindo!

REPRODUÇÃO EM SÉRIE – em 40 anos a Accor multiplicou sua primeira unidade no Brasil por 250

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