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Com um recorde de 35 milhões de visitantes estrangeiros, o México atraiu em 2016 quase seis vezes mais turistas internacionais que o Brasil. Mesmo diante das históricas dificuldades econômicas e sociais enfrentadas pelo país, os mexicanos têm demonstrado que com um planejamento sério e contínuo é possível alcançar resultados invejáveis.  

O que dá mais brilho extra a esta realização é que 2016 não foi fácil para o turismo de ninguém no mundo. Apesar disso, houve um crescimento de visitantes internacionais no México de 9%, o que representa mais que o dobro do que a média global de 3,9%.

O reconhecimento global deste trabalho único chegou de todos os lados. Por exemplo, o país premiado pelo Travvy Awards em várias modalidades, entre elas o melhor país para viagem em família; a cidade de Puerto Vallarta como o melhor destino LGBT e a Riviera Maya ideal para lua de mel, além de Los Cabos se destacou pela sua culinária e ofertas de luxo. O New York Times considerou a Cidade do México como o melhor lugar para se visitar em 2017, em uma lista de 52 destinos mundiais que também cita as mexicanas Tijuana e Puerto Escondido. A revista Travel & Leisure incluiu cinco cidades do país (San Miguel de Allende, Oaxaca, Cidade do México, Merida e Guadalajara) entre as 10 melhores da América Latina.

Estas e outras premiações confirmam que o México está no caminho certo. Isto é reforçado por pesquisas recentes, que mostraram que mais de 94% dos turistas que visitaram o destino acharam que a experiência que “excedeu suas expectativas”.

Como isto foi possível? O México adotou uma estratégia de desenvolvimento turístico que merece ser reproduzida. Percebeu algo simples, mas que a maioria dos destinos teima em não levar em conta. É que turistas não são todos iguais, e por isto optam por lugares onde sejam tratados de forma diferenciada, em função de seus hábitos e gostos. Assim, o país partiu para a segmentação, com produtos e campanhas de marketing alinhados a inúmeros perfis de viajantes.

 Na prática, identificou áreas de interesse prioritárias. Desta forma, segmentou projetos para grupos de luxo, casamentos e romance, mergulho, biodiversidade e natureza, cultura, gastronomia, importantes eventos, esportes e aventura, compras e produtos artesanais, e programas para millennials, público LGBTQ e aposentados, entre outros.

A seguir, estabeleceu para cada uma destas áreas identificadas parcerias com destinos importantes e com o empresariado do setor, inclusive operadoras globais. Ao oferecer opções sob medida para cada tipo de turista, deu tiros certeiros no varejo e ganhou no atacado.  

Todos os elos da cadeia do turismo mexicano parecem remar na mesma direção rumo ao sucesso. Afinal, trata-se de uma indústria que trouxe para a economia local em média U$ 43,5 milhões diários entre 2013 e 2015, que responde por 8.5% do PIB, e que gera 2 milhões de empregos – 800 mil deles diretos. Por exemplo, as companhias aéreas fizeram a sua parte ao ampliar a conectividade entre novos mercados internacionais e múltiplos destinos dentro do México. Também aumentaram a frequência das rotas existentes e adicionaram assentos às aeronaves. Foi assim que o número de turistas que chegaram por via aérea cresceu em 10,7%.

Há mais exemplos deste trabalho coordenado.

 O programa “Close to China” compartilha e reconhece as  melhores práticas de serviços a turistas chineses em hotéis, restaurantes, agências de viagens e guias mexicanos. Já o “México Halal” prepara companhias aéreas, hotéis e restaurantes a atender uma dieta que segue critérios de alimentação diferenciados para mulçumanos.  

“Todos que trabalham no setor de turismo e hotelaria fizeram como principal objetivo garantir experiências incríveis aos visitantes”, explica Lourdes Berho, CEO do Conselho de Promoção Turística do México. Para ela, as parcerias com a indústria foram fundamentais para atrair um público mais amplo. E revela a ambiciosa meta até 2021: atrair 50 milhões de turistas internacionais por ano.

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