Ninguém discute a importância do Turismo como vetor de desenvolvimento. No entanto, se feito de maneira indiscriminada e sem planejamento, o tiro sai pela culatra. Por exemplo, a publicação norte-americana Insider aponta 20 lugares do mundo arruinados pelo Turismo.
Moradores de destinos turísticos famosos estão cada dia mais irritados com multidões descontroladas que invadem suas cidades, algumas em número superior ao de habitantes. Tornou-se triste realidade gente mal-educada que vandaliza ruas e monumentos, e não gera tanta renda assim. O problema se tornou tão grave que já há protestos até o ponto de governos proibirem ou limitarem o total de visitantes.
Veja o que aconteceu em Quioto, Japão. Antes era uma pequena cidade de ruas calmas e casas de chá aconchegantes onde se podia observar a passagem discreta de gueixas. Hoje, turistas entopem o lugar para tirar fotos, sem respeitar propriedades particulares. Perseguem sem pudor gueixas nas ruas. Resultado: já se discute multar turistas desrespeitosos que descaracterizam a cidade.
Em Roma, Itália, a famosa escadaria que liga a Piazza di Spagna à igreja Trinità di Monti, tem dificuldades para sobreviver às hordas turísticas. Os 135 degraus, construídos em 1725, andam sempre imundos. Tem manchas de vinho tinto a restos de gomas de mascar. Há três anos a cidade gastou quase 2 milhões de dólares para limpar e recuperar os degraus. Nada adiantou. O governo decidiu então proibir sentar-se neles, com multas de até 448 dólares.
É mais fácil pronunciar em islandês o nome do cânion Fjaðrárgljúfur do que interromper o insuportável fluxo de visitantes o lugar que recebe. Depois que Justin Bieber e Game of Thrones o popularizaram, o lindo vale passou a receber milhões que colocam em risco sua sobrevivência.
O que a ilha de Cozumel (México) e Veneza (Itália) têm em comum? Nenhuma aguenta mais receber monstruosos navios de cruzeiro. Eles não só poluem como descarregam vários milhares de passageiros ávidos em conhecer o local como gafanhotos humanos em poucas horas. Os moradores reclamam deste público deixar um rastro de destruição em forma de lixo, inúteis cadeados de amor, nomes gravados em monumentos e árvores, entre outros estragos. Já Cozumel, hoje o segundo maior destino de navios de cruzeiro do mundo, vê além de tudo suas barreiras de corais serem destruídas pelo tráfego intenso de embarcações.
O tradicional mercado das flores no canal de Amsterdam, Holanda, resolveu encerrar as atividades. A culpa é do Turismo em massa. As lojas se cansaram de lutar contra exércitos de gente que queria tirar fotos na frente do local, impedindo moradores de adquirir flores. Uma briga inglória, diante de quase 20 milhões de visitantes à cidade por ano.
A Indonésia decidiu fechar visitas à Ilha de Komodo por um ano. Motivo: seus famosos “dragões” começara a sumir. Até então vendidos a turistas no mercado negro por até 35 mil dólares, os maiores lagartos do mundo hoje se restringem a 1800 espécimes.
Apesar da Islândia contar com apenas 330 mil habitantes, recebe quase quatro vezes mais turistas. Com infraestrutura insuficiente para este mundaréu de gente, tornou-se vítima de preços inflacionados, piorando a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Santorini, na Grécia, enfrenta situação ainda mais dramática. Só em 2015 recebeu 790 mil pessoas de 636 cruzeiros, quando sua população não passa de 15 mil.
Nem os porcos nadadores da ilha Big Major Cay, nas Bahamas, escaparam à fúria invasora de turistas. Os animais começaram a morrer em grandes quantidades por serem alimentados indevidamente por visitantes, muitos até com cerveja e rum. Sem falar nos indivíduos que se acharam no direito de cavalgar os pobres porquinhos.
A lista completa citada pelo Insider segue abaixo. Serve como alerta a destinos que buscam engrossar a qualquer preço o número de turistas, mesmo que despreparados para receber tanta gente. Em nome da preservação do ecossistema, tradições, história, e condições de vida dos habitantes, mais que número, o que deveria importar é a qualidade do visitante que chega.
OS 20 + AMEAÇADOS PELO TURISMO