QUEM AGUENTA UM CARA “SEM NOÇÃO”?
11 de abril de 2024

Ripley, na Netflix, série que resgata o expectador desalentado de tanto lugar comum

Já reparou como as séries de streaming estão ficando parecidas e sem criatividade? Eu já perdi a paciência com tanta obviedade. Por exemplo, toda vez que uma história policial começa com alguém correndo numa floresta eu paro de assistir, pois já sei que lá vem lugar comum. Também não suporto mais ver roteirista enchendo linguiça com personagens paralelos que não têm nada ver com a narrativa, mas surgem apenas para cumprir a meta de preencher o tempo dos oito episódios. Nas séries nórdicas começam a desfilar nomes impossíveis de lembrar, pois mais parecem sopa de letrinha. Na maioria dos seriados americanos que pretendem se apresentar como politicamente corretos há sempre um negro, um oriental, um latino, um gay e tudo o que for minoria, mas que nem sempre se encaixam no perfil  e estão ali apenas para cumprir cota.

 

Falei isto para destacar Ripley, na Netflix, um seriado que finalmente foge aos estereótipos citados. Tudo funciona bem: a direção precisa do craque Steven Zaillian, a fotografia maravilhosa em preto e branco, a interpretação correta e sem firulas, o roteiro bem escrito, a edição primorosa, sem falar na história que prende a atenção do começo ao fim. Ripley resgatou a esperança dos expectadores que estavam cansados de serem chamados de burros.

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